quarta-feira, 6 de maio de 2015

Cuidado



Se até uma rosa, a mais bela, sem os devidos cuidados, morre; se até o sol, de brilho tão intenso, sem a devida precaução, queima; ora, meus amigos, até os animais, sem alimento, se rebelam, quem dirá o amor, o mais puro e terno, disposto a ser eterno, com doses de indiferença.

Não tem nada a ver com Deus ou com o destino. Esses nos colocam no caminho dos encontros. Nós decidimos quem fica. Nós decidimos partir. Nós somos frutos da nossa própria permissividade. Nunca culpe o acaso para as escolhas alheias. Ou a sua escolha. Sinto muito. Deus e o destino também devem ter sentido muito a falta de cuidado.

Cuide de si, do outro. Cuide de tudo. De cada sorriso e dor. Cuide das flores na janela da alma. Cuide do brilho dos olhos. Alimente cada instinto. Nas relações familiares, amizades e nos amores nossos de cada dia: Cuide.

Atenção para os excessos. Deixemos bem claro que cuidado e doença são ações provocativas diferentes.  Na percepção de excessos procure um médico. Apenas cuide. Cuidando desse amor que lhe dedicam, ele será sempre terno dentro do eterno. E deixe que a vida faça o resto.

E, se ainda assim, com todo o cuidado e zelo, o outro decidir partir, cuide de si, respire fundo e siga. Siga, sempre com cuidado e cuidando também, pois a indiferença derruba bases de histórias construídas enquanto o cuidado era afetuoso. E cuidando, também, dos novos encontros proporcionados por Deus e pelo destino.

O livre arbítrio, seu e do outro, decidirá onde será a próxima parada. Mas, cuide. Cuide sempre pra fazer moradas em ninhos repletos de cuidados trocados. Porque é importante também que o cuidado tenha mão dupla. A história fica muito mais bonita com doses de cuidados recíprocos.

O amor eterno agradece o cuidado.



Edgard Abbehusen

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Jornalista em formação pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).