Não podemos mais ser nós mesmos e nos sentir felizes. Tiraram-nos
a capacidade de transbordar.
Não goste.
Não queira. Não ame. Não procure. Não ligue.
Se sufoque, mas não diga nada.
Não seja tolo ao declarar o seu querer bem e,
principalmente, não ame. Corra toda vez que esse maligno sentimento lhe causar
palpitações.
Vivemos na era do negativismo sentimental e a grande verdade
é que nos tornamos tão superficiais e egoístas, que colocamos a culpa dos
nossos fracassos no amor.
Singelo, leve e compreensivo, o amor não se defende logo de
cara. Ele deixa que mergulhemos nessa falsa ilusão de fazer e querer tudo pela
metade. Ele observa, até um pouco irônico, as nossas farras e baladas noturnas
sem maiores apegos, esperando a hora certa de nos mostrar o seu maior trunfo.
Em algum lugar, ele fica à espreita, sentado com o destino,
com a felicidade e a paciência assistindo as nossas negativas. Eles, juntos,
sabem que não estamos no controle. Sabem que, na hora certa, iremos ser
convidados a dançar na chuva.
Mas não queremos dançar na chuva. Sentimos medo da sensação
térmica. O frio na barriga e o calor dos beijos entregam o abraço diferenciado.
O amor, o destino, a felicidade e a paciência se levantam. É uma força conjunta
agindo sobre nossas vidas.
Já estamos dançando na chuva. Sorrimos com vontade de
abraçar o mundo, mas hesitamos. Nessas horas, nos encorajamos com aqueles que ainda insistem em negativar
os bons sentimentos. A felicidade é visível
aos olhos das pessoas que nos cercam e, sem dúvidas, ver os outros felizes ainda assusta
muita gente.
Estamos acostumados a lamentações. Achamos até
normal. Mas estar apaixonado e feliz é demais. Olhamos com desconfiança e
receio.
É importante saber que o mundo está repleto de histórias de
amor que deram e estão dando certo. E uma delas pode ser aquela história que
você ainda não começou por medo de deixar molhar.
Eddi Abbehusen