A música me deu a coragem
que precisava para sai da minha turma e ir em direção a suas amigas. Dançamos e a luz do salão iluminou o teu sorriso. Lembro muito bem
da sensação que nos embalava de um lado a outro. O nosso olhar se
cruzava no mesmo ritmo. Você fixou suas mãos sobre o meu ombro e, naquele
instante, a sua respiração estava direcionada para o meu pescoço.
Após a música, paramos. Você voltou para as suas
amigas e eu continuei com a minha turma. Outras músicas vieram, mas, com a
minha timidez, deixei você ir. E você foi.
Quantas noites se passaram e eu fiquei ali. O seu perfume e a
respiração quente no meu pescoço eram marcas fortes na seleção natural das minhas
melhores memórias afetivas. Não precisou de beijo, nem de conversas, nada.
Apenas a dança e o olhar.
Até que em uma dessas noites meio nubladas, o universo conspirou
contra o descaso. No acaso, te encontrei e nos meus braços você dançou
novamente. Houve o beijo, ouvimos as vozes. E amei. Após algumas doses de bebida e encantamento, a
timidez – que tem o meu nome – deixou você ir. E você foi.
Não lembro a melodia da canção, mas consigo dançar todas às vezes
que sinto a sua respiração quente no meu pescoço. Fecho os olhos e, aquela música
que nem sei o nome, começo a cantar pensando em você.
Na minha carteira ainda está guardado o tímido bilhete,
escrito de uma forma tímida, que na falta de coragem para falar, anotei
rapidamente enquanto você se distraia. “Dança comigo, amor, a vida inteira!”.
Quem sabe um dia eu possa te entregar enquanto dançamos uma ou duas canções.
Eddi Abbehusen
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu recado neste velho caderno!