terça-feira, 6 de novembro de 2012

Dança da primeira vista

A música me deu a coragem que precisava para sai da minha turma e ir em direção a suas amigas. Dançamos e a luz do salão iluminou o teu sorriso. Lembro muito bem da sensação que nos embalava de um lado a outro. O nosso olhar se cruzava no mesmo ritmo. Você fixou suas mãos sobre o meu ombro e, naquele instante, a sua respiração estava direcionada para o meu pescoço.

Após a música, paramos. Você voltou para as suas amigas e eu continuei com a minha turma. Outras músicas vieram, mas, com a minha timidez, deixei você ir. E você foi.

Quantas noites se passaram e eu fiquei ali. O seu perfume e a respiração quente no meu pescoço eram marcas fortes na seleção natural das minhas melhores memórias afetivas. Não precisou de beijo, nem de conversas, nada. Apenas a dança e o olhar.

Até que em uma dessas noites meio nubladas, o universo conspirou contra o descaso. No acaso, te encontrei e nos meus braços você dançou novamente. Houve o beijo, ouvimos as vozes. E amei.  Após algumas doses de bebida e encantamento, a timidez – que tem o meu nome – deixou você ir. E você foi.

Não lembro a melodia da canção, mas consigo dançar todas às vezes que sinto a sua respiração quente no meu pescoço. Fecho os olhos e, aquela música que nem sei o nome, começo a cantar pensando em você.

Na minha carteira ainda está guardado o tímido bilhete, escrito de uma forma tímida, que na falta de coragem para falar, anotei rapidamente enquanto você se distraia. Dança comigo, amor, a vida inteira!”.

Quem sabe um dia eu possa te entregar enquanto dançamos uma ou duas canções. 




Eddi Abbehusen

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Jornalista em formação pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).