quinta-feira, 9 de julho de 2015

Do primeiro olhar



Eu sabia que aquele olhar não seria o primeiro, muito menos o último. Era uma daquelas histórias que a gente conta para os amigos, para a família, e ninguém acredita.  Eles nos olham como se estivéssemos inebriados por uma loucura passageira. Insanidade sentimental nesses tempos de relações superficiais. É difícil fazer com que acreditem em encontros de almas. É, realmente, complicado explicar algo forte, enquanto relações desmoronam ao nosso redor no primeiro sinal de fraqueza o tempo todo.

Só que, mesmo com toda essa falta de fé,  tem sido tão bom até aqui. Com o tempo e com as experiências fracassadas da nossa existência, vamos aprendendo que não – definitivamente –há mal que dure para sempre. E que sentimentos sempre renascem e nossas esperanças também se renovam.

É a batida mais forte no peito. É o frio na barriga ao sentir o beijo quente. É o arrepio com as mãos passando sobre os teus ombros ou o suspiro mais forte da mordida surpresa - e lenta - no teu pescoço. Tudo isso pra provar que, acima de tudo, somos de carne e fogo. Alma e sangue. Olhares e sentimentos. Vontade e desejo. Somos distância e, graças a ela, saudade. A novidade vivendo dentro da nossa própria história.

Somos exatamente aquilo que (não) procurávamos.

Somos o primeiro olhar daquela noite. Até hoje.

Eddi Abbehusen 
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Jornalista em formação pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).