Eu
sabia que aquele olhar não seria o primeiro, muito menos o último. Era uma
daquelas histórias que a gente conta para os amigos, para a família, e ninguém
acredita. Eles nos olham como se
estivéssemos inebriados por uma loucura passageira. Insanidade sentimental
nesses tempos de relações superficiais. É difícil fazer com que acreditem em
encontros de almas. É, realmente, complicado explicar algo forte, enquanto
relações desmoronam ao nosso redor no primeiro sinal de fraqueza o tempo todo.
Só
que, mesmo com toda essa falta de fé,
tem sido tão bom até aqui. Com o tempo e com as experiências fracassadas
da nossa existência, vamos aprendendo que não – definitivamente –há mal que
dure para sempre. E que sentimentos sempre renascem e nossas esperanças também
se renovam.
É
a batida mais forte no peito. É o frio na barriga ao sentir o beijo quente. É o
arrepio com as mãos passando sobre os teus ombros ou o suspiro mais forte da
mordida surpresa - e lenta - no teu pescoço. Tudo isso pra provar que, acima de
tudo, somos de carne e fogo. Alma e sangue. Olhares e sentimentos. Vontade e
desejo. Somos distância e, graças a ela, saudade. A novidade vivendo dentro da
nossa própria história.
Somos
exatamente aquilo que (não) procurávamos.
Somos
o primeiro olhar daquela noite. Até hoje.
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